A polícia moçambicana deve proteger este requerente de asilo,que corre sérios riscos, se regressar ao Ruanda,”

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Um outro crime transnacional prepara-se entre Ruanda e Moçambique. Cassien Ntamuhanga foi detido no dia 23 de maio de 2021 em Moçambique. Apesar de ser um residente legal com estatuto de refugiado em Moçambique, Ntamuhanga corre riscos graves de ser  deportado para Ruanda, onde, com certeza, ele será torturado, como aconteceu com o herói vivo do filme Hotel Ruanda, o Paul Rusesabagina, ou pior ainda, assassinado, como foi o caso do cantor gospel Kizito Mihigo, só para citar alguns.

Ntamuhanga é jornalista, activista de direitos humanos e membro fundador da RANP (Aliança Ruandesa para Pacto Nacional); uma organização que advoga por uma reconciliação no Ruanda. Os outros dois membros fundadores são Kizito Mihigo, que foi assassinado numa cela da polícia em 2020, e o Gerard Niyomugabo, cujo paradeiro é desconhecido depois de ser detido pelos agentes de segurança do próprio presidente Paul Kagamé, em abril de 2014. Ntamuhanga também foi preso ilegalmente em 2014, junto com os assassinados, no Ruanda, e ele conseguiu escapar, mas seus três irmãos foram mortos durante a sua prisão ilegal. Ele reside atualmente em Moçambique como refugiado político e deve ser protegido pelo ACNUR sob as leis internacionais de refugiados.

Durante a Revisão Periódica Universal (UPR) em Genebra em 25 de janeiro de 2021, o governo de Ruanda foi instado por vários países a acabar com as violações dos direitos humanos contra seus cidadãos.

Como ruandeses, nos pedimos a todos os cidadãos benevolentes do mundo, que se juntem a nós na exigência para que o governo moçambicano respeite o direito internacional dos refugiados e cesse todas as tentativas de devolver Cassien Ntamuhanga para Ruanda. Denunciar a injustiça e defender a paz não é crime. Pelo contrário, jovens como Cassien Ntamuhanga são bens e tesouros para o país.

Pedimos a todos que assistirão este vídeo para compartilhar e ajudar-nos a falar sobre estas injustiças. Também apelamos aos ruandeses de todo o mundo para QUEBRAR O SILÊNCIO, falar abertamente e se levantar contra as injustiças.